sábado, 26 de setembro de 2009

PARALISIA CEREBRAL E ESPORTE ADAPTADO - clique aqui nesse link!

Prezados,

Já faz um tempinho que eu não posto nada no blog, mas acreditem que está faltando tempo para eu fazer tudo o que quero, rs! É o trabalho, a especialização, agora o trabalho na área escolar... Posso dizer que estou feliz com tudo isso!

Bom, a contribuição desta vez tem haver com a condição de saúde de uma pessoa que pratica esportes. Trata-se de um atleta do circuito paraolímpico e que presto uma assessoria no treinamento do mesmo. É interessante em como acreditar no potencial das pessoas e incentivá-las a dar o primeiro passo pode mudar totalmente suas perspectivas.

Vou publicar aqui alguns trechos de um trabalho que realizei durante a minha graduação e que serviram de base para a minha especialização e futuramente para o mestrado. Este material foi publicado em anais de congressos e simpósios e acredito que tráz informações suficientes para aqueles que pretendem desenvolver atividades para pessoas em condição de paralisia cerebral.

Boa leitura a todos!

ASPECTOS MOTORES DA PARALISIA CEREBRAL: PARÂMETROS PARA O DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES NA EDUCAÇÃO FÍSICA

BAUSAS JUNIOR, E. A. – acadêmico da Educação Física – edubausasef@gmail.com
CHAGAS, E. F. – docente da Fisioterapia – chagas@stetnet.com.br

Entidade: Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – FCT/UNESP Campus de Presidente Prudente

INTRODUÇÃO

Desenvolver atividades físicas para quaisquer indivíduos na escola, na academia, no clube, pode ser tarefa simples para o professor de Educação Física. Isto porque dentro da sua formação acadêmica são repassados os conhecimentos necessários para tal prescrição de atividades, tudo adquirido em disciplinas de fisiologia, anatomia, cinesiologia, treinamento desportivo, técnicas nas diferentes modalidades desportivas e recreativas, incluindo demais disciplinas da área de humanas, tais como, antropologia, sociologia, filosofia, práticas de ensino, entre outras.

Atualmente, vivemos na perspectiva da inclusão de pessoas com deficiência no contexto da educação regular, sendo assim, o currículo da graduação em Educação Física necessita de disciplinas voltadas a Educação Física Adaptada (EFA) preparando o professor para trabalhar na perspectiva da inclusão das pessoas com deficiência.
Cidade e Freitas (2002) descrevem sobre a Educação Física e a participação da pessoa com deficiência neste processo:

No que concerne à área da Educação Física, a Educação Física Adaptada surgiu oficialmente nos cursos de graduação, por meio da Resolução número 03/87, do Conselho Federal de Educação, que prevê a atuação do professor de Educação Física com o portador de deficiência e outras necessidades especiais. A nosso ver, esta é uma das razões pelas quais muitos professores de Educação Física, hoje atuando nas escolas, não receberam em sua formação conteúdos e/ou assuntos pertinentes à Educação Física Adaptada ou à inclusão (p. 27).

É fundamental, segundo Silva e Araújo (2005), na formação do professor de Educação Física, a disciplina de EFA, pois esta é parte na “construção de saberes” para na prática de atividades físicas para pessoas com deficiência e, neste caso, pessoas com paralisia cerebral.

No entanto, ainda nestes tempos, Aguiar e Duarte (2005) demonstraram que a graduação em Educação Física ainda não tem sido a principal forma de conhecer a EFA. Na pesquisa realizada no estado de São Paulo, em 2004, verificaram que 17,9% dos entrevistados não conheciam o tema e 82,1 % já o conheciam. Porém, destes, apenas 13,4% adquiriram este conhecimento na graduação e os demais aprenderam ou conheceram a EFA através de palestras, leituras independentes, entre outras fontes.

Pensando nisso, reconhecer que existam profissionais que não obtiveram embasamento necessário para desenvolver atividades físicas para pessoas com deficiência, torna-se uma preocupação imediata, pois alunos com deficiência estão sendo incluídos nas escolas. Portanto, desenvolver atividades físicas para pessoas com deficiência é possível.

Se o professor de Educação Física conhecer sobre a pessoa, suas possibilidades, suas características motoras, limitações, as diferentes situações existentes diante das diversas lesões cerebrais e demais estruturas do sistema nervoso, pode auxiliar a compreender a situação e utilizar as ferramentas da Educação Física para facilitar a participação da pessoa com deficiência nas aulas.

O desconhecimento sobre estes assuntos pode gerar sentimentos no professor de medo, ansiedade, incapacidade e conseqüente preconceito, estigma, resultando no impedimento e exclusão destas pessoas nas aulas de Educação Física ou nas atividades esportivas. Neste sentido, este trabalho tem o propósito de apresentar os aspectos motores da paralisia cerebral como parâmetro ao desenvolver atividades na Educação Física buscando divulgar o conhecimento nesta temática para assim, contribuir com a formação de estudantes e profissionais de Educação Física.

METODOLOGIA

Foi realizado estudo teórico a partir de revisão bibliográfica visando adquirir conhecimentos sobre a paralisia cerebral e formas de atividades físicas que podem ser desenvolvidas com a pessoa que possui este tipo de deficiência. O levantamento bibliográfico realizado foi não-sistemático, foram selecionados livros e artigos científicos, além de páginas da Internet em sites relacionados com o tema. Os temas consultados e combinados foram aspectos motores de pessoas com deficiência, educação física adaptada, educação física escolar para pessoas com deficiência, aspectos motores da paralisia cerebral, paralisia cerebral e atividade física, jogos e treinamento desportivo adaptado.

RESULTADOS

Este estudo possibilitou adquirir o embasamento necessário sobre a paralisia cerebral, conhecendo seus aspectos motores o que favorecerá no desenvolvimento de atividades físicas pelo professor de Educação Física. Sendo assim, a seguir os resultados sobre a questão da definição sobre paralisia cerebral e seus aspectos motores são apresentados da seguinte forma. A definição de paralisia cerebral por Adams (1985) é de:

Uma perturbação da função muscular que surge após uma destruição ou uma ausência congênita dos neurônios motores superiores. Essa alteração frequentemente é complicada pela ocorrência de convulsões, alterações do comportamento ou retardo mental (p. 80).

A REDE SARAH de hospitais de reabilitação afirma que:

O termo paralisia cerebral (PC) é usado para definir qualquer desordem caracterizada por alteração do movimento secundária a uma lesão não progressiva do cérebro em desenvolvimento.

No livro da Associação Brasileira de Paralisia Cerebral (ABPC), o conceito apresentado por Souza (1998) refere-se:

Termo usado para designar um grupo de desordens motoras não progressivas, porém sujeita a mudanças, resultante de uma lesão no cérebro nos primeiros estágios do seu desenvolvimento (p. 33).

Outro fato importante a relatar é que a paralisia cerebral é possui diferentes classificações com relação à alteração de movimentos existentes. Sendo espástica, a lesão está localizada na área responsável pelo início dos movimentos voluntários, trato piramidal, o tônus muscular é aumentado e os reflexos tendinosos são exacerbados.

Em lesões em estruturas ligadas ao trato extrapiramidal, a pessoa apresenta movimentos involuntários, fora de seu controle, sendo que os mesmos ficam prejudicados por serem estas estruturas responsáveis pelo controle e regulação destes movimentos. Esta pode se comportar como coréia, atetose ou distonia. O termo coreoatetose é usado para definir a associação de movimentos involuntários contínuos, uniformes e lentos (atetósicos) e rápidos, arrítmicos e de início súbito (coreicos).

A criança com PC tipo distônica apresenta movimentos intermitentes de torção devido à contração simultânea da musculatura agonista e antagonista, muitas vezes acometendo somente um lado do corpo. Outra situação é a paralisia cerebral atáxica, mais rara, que está relacionada a lesões cerebelares ou suas vias. Como a função principal do cerebelo é controlar o equilíbrio e coordenar os movimentos, os indivíduos com lesão cerebelar apresentam incoordenações tanto nos movimentos finos como nas atividades gerais, ou seja, marcha cambaleante, dificuldade para realizar movimentos alternados rápidos, ou mesmo atingir um alvo. Todas estas características podem estar reunidas em um indivíduo e, portanto, o mesmo é classificado como caso misto (Souza, 1998; Leite, Prado, 2004; REDE SARAH, 2007).

Além disso, a paralisia cerebral ainda é classificada pela localização no corpo, ou seja, podem ser tetraparética ou tetraplégica – quatro membros envolvidos, diparética ou diplégica – dois membros envolvidos, normalmente os membros inferiores, hemiparética ou hemiplégica – um lado do corpo somente envolvido, ou o direito ou o esquerdo, e ainda em casos mais incomuns, monoparética ou monoplégica – apenas um membro do corpo. O sufixo plegia é associado à perda total de movimentos, enquanto o sufixo paresia é a perda parcial dos mesmos.

Ressalta-se aqui sobre o fato desta lesão ocorrer em alguma parte do encéfalo (SNC), sendo que as características apresentadas acima são acompanhadas por disfunções que envolvem a perda ou dificuldade de movimentos, a alteração no controle e no tônus muscular, a sensação ou percepção do corpo e suas ações no espaço dentre outros comprometimentos como o equilíbrio, a fala, a visão ou cognição.

Na reabilitação, tais aspectos devem ser considerados em sintonia com o desenvolvimento da pessoa. Nem sempre todas essas características estão presentes em todos os casos de paralisia cerebral e também tais situações podem ter diferentes graus de severidade, o que deve ser considerado, pois diferentes atividades podem ser adaptadas para estas diferentes situações. Cabe ressaltar que se faz necessário conhecer a pessoa, pois mesmo em situações de grande comprometimento, a participação na atividade surpreende e muitas vezes, movimentos são ativados e “encontrados e descobertos” pela pessoa durante a aula de Educação Física. Desta forma, compreender os aspectos motores não significa trabalhar nos limites deste corpo, mas entender os mecanismos neurofuncionais e a ampla possibilidade dos recursos corporais existentes na pessoa com paralisia cerebral.

CONCLUSÃO

A Educação Física bem orientada promove o desenvolvimento sensório-motor favorecendo o desempenho físico e muitos outros aspectos ligados à vida destas pessoas. Após realizar uma abordagem inicial com o indivíduo que possua esta lesão e identificar suas possibilidades dentro dos aspectos motores já demonstrados, o professor de Educação Física poderá desenvolver atividades físicas que possam ser realizadas buscando oportunizar o uso do corpo em diferentes situações, o que possibilita a descoberta do movimento e o significado que o movimento traz para a vida desta pessoa.

Como Silva e Araújo (2005) resgatam as Diretrizes Curriculares dos cursos de Educação Física ressaltando que esta tem como objeto de estudo o movimento humano e utiliza diferentes formas e modalidades do exercício físico, do esporte, da promoção, proteção e reabilitação da saúde, da educação e reeducação motora, da prevenção do agravo à saúde, entre outros. O enfoque deste trabalho trata de buscar a compreensão entre o que a paralisia cerebral resulta neste movimento e suas implicações no desenvolvimento das atividades na Educação Física.

Cabe ressaltar que a preocupação aqui é compartilhar conhecimento sobre as conseqüências de uma lesão cerebral, porém há que considerar que estes não podem ser desvinculados de outros aspectos da vida da pessoa. A individualidade biológica, o significado do corpo, fatores psicológicos e afetivos, condições sociais e ambientais são perspectivas que necessitam ser consideradas e apreciadas pelo professor de Educação Física.

BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS

ADAMS, R.C.; DANIEL, A. N.; MC CUBBIN, J. A. Jogos, Esportes e Exercícios para o Deficiente Físico. 3ª ed. São Paulo: Manole, 1985.

AGUIAR, J. S., DUARTE, E. Educação Inclusiva: um estudo na área da Educação Física. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v.11, n. 2, 2005. Disponível em: . Acesso em: 12. mai. 2007.

CIDADE, R. E.; FREITAS, P. S. Educação Física e Inclusão: considerações para a prática pedagógica na escola. São Paulo: Site da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, campus de Rio Claro, Instituto de Biociências, 2007. Pasta de arquivos da universidade para acesso dos alunos de graduação e pós-graduação. Disponível em: . Acesso em: 12 mai. 2007.

DEFICIÊNCIA física. Paralisia Cerebral. São Paulo: 2006. Site do Entre Amigos, Rede de Informações sobre Deficiência. Disponível em: . Acesso em: 5. mai. 2007.

LEITE, J. M. R. S., PRADO, G. F. Paralisia Cerebral aspectos fisioterapêuticos e clínicos. Revista Neurociências, São Paulo, v.12, n. 1, 2004. Disponível em: . Acesso em: 5, mai. 2007.

REDE SARAH de hospitais de reabilitação. Brasília, 2007. Apresenta informações sobre doenças tratadas. Disponível em: . Acesso em: 12 mai. 2007.

SILVA, R. F., ARAÚJO, P. F. A Educação Física Adaptada e o percurso para sua alocação enquanto disciplina na formação superior. Revista Conexões, São Paulo, v. 3, n. 2, 2005. Disponível em: . Acesso em: 12 mai. 2007.

SOUZA, A. M. C. Prognóstico Funcional da Paralisia Cerebral. IN: SOUZA, A. M. C., FERRARETTO, I. Paralisia Cerebral: aspectos práticos. São Paulo: Memnon, 1998.

domingo, 30 de agosto de 2009

7ª ETAPA DO CIRCUITO PAULISTA DE MARATONAS AQUÁTICAS

Prezados,

Antes de falar sobre o circuito paulista de maratonas aquáticas, quero falar sobre o caso da atleta Mariana Ohata. Essa atleta é uma das mais importantes representantes do triathlon brasileiro, e referencial para vários atletas amadores. Mais uma vez teremos de aguardar o esclarecimento sobre este caso.



Participando de alguns fóruns de comunidades no orkut é visível o tamanho da desinformação que praticantes de atividade física tem sobre suplementação, doping, entre outros recursos nos quais, atletas de alto rendimento, fazem uso para garantir suas performances.

Quero deixar claro que não sou defensor de "dopagem", ou de quaisquer ação que favoreça o atleta ilegalmente - que ele obtenha vantagem sobre os outros - mas acredito no debate sobre o uso de recursos ergogênicos para "acelerar" o processo de recuperação. É hipocresia dizer que atleta não utiliza, pois existem substâncias permitidas e que aceleram a recuperação ou tardiam a fadiga, como é o caso da Maltodextrina e da Cafeína respectivamente.

Quem trabalha com esporte de alto rendimento sabe o quanto é pesado o fardo de manter-se dentro das categorias de elite. Existem interesses financeiros antes de qualquer outra finalidade - seja no desenvolvimento do esporte, ou então na prática descompromissada - o que aumenta ainda mais a pressão de bons resultados. Se o atleta apresenta resultados positivos, tudo vai bem, mas caso ele não apresente provavelmente será deixado no esquecimento.

Acredito que todos os seguidores deste blog tem suas opiniões sobre o assunto, e neste canal podem se manifestar com os seus depoimentos. Caso achem interessante, também posso montar uma enquete para saber, se quem passa por aqui para ler este blog, já fez ou não o uso de recursos ergoênicos dentro de suas práticas esportivas.

O mês de agosto foi muito bom para os meus alunos e atletas em matéria de competições. Aproveito este espaço para parabenizar Suely Rassegawa, que participou de sua primeira corrida de rua - Corrida e Caminhada contra o Câncer de Mama - concluindo a prova em 45º lugar de sua categoria, num universo de 183 corredoras. A suely treinou apenas 2 meses para este evento e mostrou um bom desempenho durante a prova. Parabéns mais uma vez!

Aproveito para parabenizar, Renan Rodrigues Souza, atleta que participa do Circuito Paraolímpico Loterias Caixa, e que conquistou o primeiro lugar na sua categoria (T35) na etapa Centro-Leste. Este atleta está comigo há 4 anos, e hoje ele é o atual recordista brasileiro na sua modalidade. Parabéns Renan!



Bom, sobre a maratona aquática, este evento ocorreu na data de hoje e serviu de iniciativa para os alunos que eu treino na natação, para testar suas performances individuais numa competição de águas abertas. O dia estava maravilhoso, mas a temperatura da água era fria demais - o que diminui a sensibilidade durante a execução dos nados. Mas nada afetou o entusiasmo da galera que conseguiu concluir a prova cada qual no seu ritmo.



Para a preparação tivemos apenas 8 semans de treino, focando especificamente o volume, pois a intensão era de apenas terminar a prova - já que todos eram estreantes. Este serviu de incentivo para novos objetivos que os próprios alunos estão traçando.



Para a preparação física ter êxito é necessário um planejamento. Usando a periodização - feita por um profissional especializado - as chances de sucesso beiram os 100%, deixando uma pequena margem de erro para os fatores ambientais que podem interferir no resultado final. Sendo assim, parabenizo os atletas da Academia Pro Physical, valeu galera!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

DOPING NO ATLETISMO











Prezados,

Este é apenas um extra, já que resolvi escrever de 15 em 15 dias, mas não podia deixar passar em branco o que está acontecendo com o atletismo brasileiro, ainda mais com o pessoal da cidade de Presidente Prudente/SP.

Felizmente eu pude conhecer pessoalmente todos os profissionais (atletas, técnicos e o fisiologista) envolvidos neste acontecimento. Sou filho da UNESP, me formei em Educação Física em Presidente Prudente, local que tive a oportunidade de conhecer e aprender a trabalhar com atletismo. O resultado disso foi ter um atleta no circuito Paraolímpico - atual recordista brasileiro nos 100m na categoria T35.

Mas muitos estão falando de coisas que nem sequer sabem como realmente funcionam. O campus da UNESP de Presidente Prudente é polo de atletismo no estado de São Paulo e do Brasil também. O técnico da seleção brasileira, o fisioterapeuta e outros profissionais são de lá também, e sempre houve seriedade nos trabalhos realizados com os atletas. Pedro Balikian Jr. foi meu professor, assim como Jayme Netto, e posso dizer que conheço a seriedade com que esses profissionais trabalham. Acredito em erros, e todos nós estamos sujeitos a isso.

O uso de substâncias sintéticas são presentes no esporte de alto nível, e muitos comentários postados aqui são infundados. Se existem atletas nesta comunidade - atletas de alto nível - os mesmos saberão o que estou querendo transmitir. A carga de trabalho durante a preparação de base e específica é muito intensa, poucos conseguem se recuperar somente durmindo e se alimentando. Não é segredo que essas substâncias são usadas na recuperação...

Portanto, nada foi feito com ingenuidade. Acho melhor aguardar e ouvir ambas as partes... Pois participei de vários procedimentos - avaliações e treinamentos em atletas - e nunca ouvi sequer um comentário sobre dopagem em excesso, pelo contrário, ouvi falar que sem treino não adianta se dopar. O próprio Lauter Nogueira disse na mídia alienante globalística que o ganho é pequeno - não menosprezando o professor Lauter, que por sinal já foi em Presidente Prudente ver como funciona os treinamentos de atletas.

Que tal refletir sobre o assunto?
Abraço a todos!

sábado, 1 de agosto de 2009

E VAMOS PARA O SEGUNDO SEMESTRE DE 2009...

Fim das férias!!!

Saudações prezados,

Depois de um longo tempo sem postar qualquer informação, trago desta vez algumas reflexões sobre as principais competições que ocorreram no mês passado (julho). Primeiramente, quero citar sobre a Golden League, sendo que o campeão deste evento fatura $1.000.000,00 em barras de ouro - são 6 etapas ao todo. Quero destacar o evento do Meeting Areva realizado em Paris, tendo como atrações masculinas:

Usain Bolt - Jamaica - 9'79" nos 100 metros rasos;
Jeremy Wariner - Estados Unidos - 45'28" nos 400 metros rasos;
Kenenisa Bekele - Etiópia - 7'28'64" nos 3.000 metros;
Dexter Faulk - Estados Unidos - 13'14" nos 110 metros com barreiras;
Andreas Thorkildsen - Noruega - 88,03 metros no lançamento de dardo.

Já as atrações femininas ficaram por conta de:

Kerron Stewart - Jamaica - 10'99" nos 100 metros rasos;
Sanya Richards - Estados Unidos - 49'34" nos 400 metros rasos;
Dawn Harper - Estados Unidos - 12'68" nos 100 metros com barreiras;
Blanka Vlasic - Croácia - 1,99 metros no salto em altura;
Elena Isinbaeva - Rússia - 4,65 metros no salto com vara.



Para a nossa felicidade tivemos dois representantes tupiniquins:

Jadel Gregório - 17,12 metros no salto triplo - conquistando a segunda colocação da competição;
Fabiana Murer - 4,45 metros no salto com vara - conquistando a quinta colocação na competição.

Também tivemos no mês de julho o Tour de France, competição que percorre a França totalizando 3.445 km - realmente é de impressionar! Além da distância a competição ocorre por cerca de 21 dias e são enfrentadas montanhas de até 2.473 metros - haja pernas! O grande campeão foi sem sombra de dúvidas Alberto Contador - Espanha - 85h48'35" que demonstrou ser um atleta de extrema força (tantos nas escaladas, quanto na prova de contra-relógio individual) e tendo a impressionante marca de velocidade média de 40,15 km/h no geral da prova.



Por fim, temos o Mundial de Esporte Aquáticos que aconteceu em Roma - Itália - e vou citar apenas a participação brasileira que conquistou duas medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze, participou de 18 finais na natação, obteve um recorde mundial, nove recordes do campeonato, seis tempos das Américas e 32 novas marcas sul-americanas. O destaque ficou por conta de César Cielo Filho, com os tempos de 21'08" nos 50 metros livre e 46'91" nos 100 metros livre, batendo também o recorde da prova e o recorde mundial respectivamente.



Mas o que eu quero com essas informações transmitir para vocês? Todos esses atletas apresentam marcas impressionantes alcançadas... Mas como alcançá-las? Disciplina, determinação, foco, paciência. E a genética também conta? Sem sobra de dúvidas. Mas que relação isso tem haver com o leitor deste post?

Todos nós possuímos marcas que desejamos alcançar, sejam elas na prática esportiva sistematizada, ou na simples quebra de uma marca pessoal - apenas com o propósito de superação. Para isto, os fatores já mencionados (disciplina, determinação, foco, genética, entre outros...) fazem a diferença para aqueles que querem atingir seus objetivos. Não adianta querer se superar sem estar preparado para isso!

Tenho ouvido muito de meus alunos que visam a superação de marcas em tão pouco tempo, e o que eu digo a eles é que parem de ser tão ansiosos. A preparação para a superação - de até marcas pessoais - se faz com paciência e determinação, aliando a disciplina de treinos. O imediatismo praticamente atrapalha a construção de um corpo que supere suas próprias marcas.

Na ciência do treinamento esportivo existem princípios que não podem ser ignorados. Estes princípios são constituições de um todo que é dividido em etapas, não se pode simplesmente pulá-las acreditando que podem alcançar resultados superadores.

Portanto reflitam sobre suas ações em seus treinos e respeitem seus limites dentro de cada etapa. Ao respeitar a construção do sucesso, o mesmo será inevitável. Nosso corpo é uma máquina perfeita, mas que necessita de tempo para determinada adaptação. Então chega de conversa e vai treinar!!!

Abraço a todos e até breve!

domingo, 28 de junho de 2009

CORPO MOTRIZ

Prezados,

A partir de hoje este será o novo nome do blog, "CORPO MOTRIZ". Com certeza alguns de vocês devem questionar o porque esta mudança...

O fato é que existem outros interesses, além do treinamento esportivo, nos quais eu pretendo comentar neste blog. E o movimento humano não se restringe somente ao treinamento, ou então a participações em competições. O movimento humano é presente em nossas vidas desde o nosso nascimento.

Refletir sobre este corpo que se movimenta no mundo é algo que não devemos deixar de lado. Portanto, espero que o blog continue a contribuir com o acúmulo de conhecimento de quem o visita.

O Corpo Motriz procura abranger todos os aspectos do movimento humano, desde suas atividades de vida diária, passando pelas atividades físicas, lazer, treinamento e participação em competições. Então participem e contribuam sobre suas experiências com seus corpos!

Agradeço a atenção de todos, e até breve!

domingo, 14 de junho de 2009

PLIOMETRIA E TREINAMENTO FUNCIONAL - algumas considerações

Prezados,

Novamente estou em débito com todos vocês seguidores deste blog. Já faz um bom tempo que não contribuo postando algo de interessante sobre o treinamento personalizado, mas vou-me redimir abordando um assunto deveras interessante para todos.



Você é o que você treina!

Com certeza vocês já ouviram esta frase, mas muitas pessoas ainda não tem idéia do peso que representa isso. Acreditar que ao sair da disciplina de treinos e pular etapas, a possibilidade de êxito ao final do treinamento é uma idéia totalmente enganosa.

Portanto, o ideal para melhorar o desempenho atlético é um sistema de treinamento bem organizado. Ou seja, seguir o conceito de periodização (que já foi citado neste blog) favorecerá a sua adaptação às exigências específicas do desporto.

Bompa (2004) cita que um atleta pode ser muito forte, mas não tão potente, e isso pode ser confirmado por outros autores da ciência do treinamento desportivo. Estes ganhos de força somente podem ser transformados em potência através de métodos específicos de treinamento. Nesse caso, apresento para aqueles que não conhecem, o método pliométrico de treinamento.

Talvez você nem saiba, mas já praticou exercícios pliométricos na sua infância, principalmente quando brincava de amarelinha, ou então de elástico ou pula cela. Todas essas brincadeiras envolvem os conceitos da pliometria, que significa um reflexo miotático (ciclo de alongamento-contração). Os primeiros estudos sobre a plimoetria foram realizados por Verkhoshanski entre 1967 e 1968, sendo que ele percebeu que os exercícios aumentavam a potência explosiva dos atletas.

O resultado final da pliometria é desenvolver força explosiva e reações mais rápidas baseadas na melhora da reatividade do Sistema Nervoso Central (SNC). Portanto, para os esportes que envolvem a contração excêntrica, este tipo de metódo de treinamento contribuirá muito para o desenvolvimento do atleta.

Pensando agora o Treinamento Funcional existe um grande movimento por parte da mídia, relacionada ao mundo fitness, sobre as possibilidades que este tipo de treinamento pode oferecer aos seus praticantes. Mas é necessário deixar bem claro que este tipo de ginástica existe há muitos anos. Portanto, não pode ser uma propriedade de uma marca ou algo parecido como se tem habitualmente visto pelos ambientes das academias ou eventos sobre atividades físicas.

O treino funcional somente atinge seus objetivos quando sua prática torna-se funcional para o praticante, ou seja, para o corredor, seja ele de provas rápidas ou longas deve proporcionar estabilidade e potência. Isto quer dizer que a especificidade torna o treino funcional, e não que todo o exercício serve para o corredor.

Os materiais que são utilizados durantes estas aulas são as Bolas Suíças (também conhecidas como Fit ball, ou então como Bola Bobath - originário da fisioterapia), as pranchas de equilíbrio, os bancos de diferentes alturas (também utilizando "steps" para a realização dos exercícios), as Medicine Balls, Kettlebells, elásticos, entre outros aparelhos. É inegável que a utilização destes equipamentos favorecem o desenvolvimento de força, equilíbrio, coordenação, flexibilidade e propriocepção, mas como em qualquer outra prática física atingem determinado platô de treinamento. O que vai contar de diferencial é a criatividade com o qual o profissional habilitado tende a trabalhar com o seu aluno e/ou atleta.

No treino personalizado, a utilização de práticas funcionais e pliométricas estão presentes, pois os objetivos são melhor direcionados. Entretanto, na academia, as aulas de ginástica funcional visam outra perspectiva. Melhor explicando, quando um aluno ou atleta chega até mim e deseja ter uma melhor performance em determinada prática esportiva, isto já representa um objetivo bem direcionado. Na academia, a definição do corpo - seja no aumento da composição corporal, ou na redução da mesma - visando a estética em primeiro lugar trata-se de um objetivo mais amplo e que depende de diversos fatores, sendo que o treino funcional não poderá suprir todos eles.

Isto não quer dizer que na academia não seja possível buscar uma melhor performance, mas as aulas oferecidas são mais genéricas e não tão direcionadas a determinados objetivos. Quem tem objetivos já determinados não pode exceder em práticas que possivelmente não servirão para melhorar seu desempenho no esporte.

Semana passada, lendo o blog do professor Denilson Costa, do Rio de Janeiro, que abordou o tema do treino funcional com bastante propriedade. E faço minha a opinião deste profissional. Falta de orientação específica para treinamento específico de atletas de alto rendimento e a pressão que o mercado do fitness impõe para os seus consumidores faz com que a onda do treinamento funcional torne-se uma moda nas academias. Acontece que este tipo de treino existe há milênios e não é tão novidade assim, pois trata-se de uma prática ginástica.

A orientação que dou para os meus atletas e alunos é a seguinte: "Pensem e vivenciem suas atividades durante seus treinos. Não façam da atividade física uma prática alienante. Se algo não combina é porque necessita de reformulação. Fazer por fazer não irá trazer benefícios úteis para o seu histórico esportivo".

Abraço a todos e bons treinos!


BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS

BOMPA, T. O. Treinamento de potência para o esporte. Phorte. São Paulo, 2004.
COSTA, D. Blog Força Pura. Disponível em: http://dcpurepower.blogspot.com/2009/06/contextualizando-o-treinamento.html?showComment=1245073823478#c3344931485118513546 Acesso em: 05 jun. 2009.

terça-feira, 21 de abril de 2009

LIMIAR VENTILATÓRIO E SUA UTILIDADE NA PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS DE RESISTÊNCIA AERÓBICA

Saudações Pessoas,

Quero pedir desculpas a todos que acompanham este blog, pois neste final de mês (abril) fiquei muito atribulado com o meu trabalho e a preparação de alguns atletas, o que demandou muito tempo do meu dia. Mas agora a situação está normalizada e novamente trarei mais informações para auxiliá-los em seus treinos. Tenho recebido muitos recados a respeito da especificidade do blog e de sua qualidade sobre as matérias postadas. Aproveito para agradecer os elogios recebidos, pois através destes comentários estarei direcionando os meus esforços em prol do desenvolvimento da área de treinamento esportivo e afins. Mais uma vez obrigado a todos os que acompanham o blog.

Nesta semana resolvi trazer um tema que tem continuidade com a planificação do treinamento esportivo. Trata-se do limiar ventilatório. Mas o que é este limiar?

Simplificadamente serve de parâmetro de capacidade e de referência para a prescrição de treinamento em exercícios de resistência aeróbica. A literatura científica afirma que a avaliação da aptidão física é fundamental para aqueles que visam atingir o auge da forma física em momento oportuno. Sendo assim, a aptidão física cardiorrespiratória pode ser quantificada de maneira precisa por testes de potência aeróbica, também denominados de ergoespirométricos.

Esta terminologia de limiar ventilatório (LV) foi proposta por dois pesquisadores em 1964 (Wasserman e McIlroy) com o intuito de determinar, de forma indireta (não invasiva), a intensidade de esforço em que o lactato no sangue sofre elevação em relação ao valor de repouso, durante teste de esforço progressivo. A formação do ácido láctico proveniente do metabolismo anaeróbico é importante por permitir a manutenção da atividade física durante o exercício intenso, ou seja, em seres humanos a concentração sanguínea de lactato aumenta exponencialmente com o exercício de intensidade.

Para o atleta entender como funciona isso, o limiar anaeróbio é determinado por meio das alterações ventilatórias (hiperventilação pulmonar, aumento da fração expirada de oxigênio, aumento das trocas gasosas - simplificadamente). Portanto quando estamos ofegantes durante a atividade de alta intensidade, provavelmente teremos atingido o limiar ventilatório. Entretanto, alguns indivíduos com doença pulmonar obstrutiva, obesos, sedentários, fumantes, essas respostas ventilatórias podem não estar presentes, sendo assim prejudicada a identificação do limiar anaeróbio.

Mas para que serve esta avaliação? Com certeza esta é a pergunta que vocês leitores devem estar se questionando. O limiar anaeróbio representa um intensidade de esforço em que ocorre o estado estável do exercício, possibilitando a manutenção do exercício de longa duração. Trata-se não apenas de um índice da aptidão cardiorrespiratória, mas também um importante indicador de intensidade de treinamento aeróbio.

Portanto, meus caros, realizar uma avaliação ergoespirométrica pode ser o indicador que faltavam para vocês atingirem novos objetivos na performance esportiva. Com certeza seus técnicos entrarão num consenso sobre a utilidade desta avaliação. Espero ter colaborado com suas dúvidas. Vou deixar um vídeo que representa como uma pessoa saudável pode ter uma melhor tolerância a acidose em situações de estresse físico.

Abraço a todos e bons treinos!




sábado, 4 de abril de 2009

MELHOR APROVEITAMENTO DO TREINAMENTO

Olá amigos,

Assim como eu havia dito, neste tópico trataremos do tema sobre como otimizar e quantificar a carga de treinamento. Lembrando a todos que estas informações são genéricas e não devem ser seguidas a risca. O blog tem a intenção de informar sobre os processos do treinamento esportivo e não treinar as pessoas através dele. Caso queiram maiores orientações procurem um profissional habilitado para isso.

Um dos desafios na montagem de programas de treino é justamente o fato de como otimizar a utilização de sobrecargas e de recuperação no atleta. O ganho máximo do desempenho é o produto final, mas a questão é: Existe uma fórmula ideal para a aplicação de cargas e de períodos de recuperação para se atingir o máximo desempenho?

Este tipo de questionamento dificilmente encontrará resposta na literatura científica e depende muito mais da experiência do técnico e de sua intuição na predição de programas de treinamento. A planificação do treinamento é uma das saídas para que as combinações ótimas de sobrecarga e recuperação possam acontecer com segurança.

Existem exames que podem afirmar se o treinamento e benéfico ou não para a performance do atleta. Estes exames são invasivos mas apresentam resultados que podem ser usados como referências para a aplicação de sobrecargas e recuperações ótimas.

Analisar a relação entre Cortisol e Testosterona pode ser uma delas. Isto porque a Testosterona é um hormônio produzido naturalmente pelo nosso organismo e está ligado diretamente ao ganho de massa muscular e redução da gordura corporal, estimulando o metabolismo favorecendo a utilização do substrato lipídico. De modo simplificado, a testosterona atua no organismo através da ação anabólica, juntamente com o Hormônio do Crescimento (hGH) e a Insulina, favorecendo a síntese protéica sendo essencial para o ganho de massa muscular. Já o hGH revitaliza o sistema imunológico, e estimula a ação anti-catabólica do tecido muscular, e por fim a Insulina é o meio de transporte de aminoácidos e glicose para dentro das células.

O Cortisol possui a ação contrária a Testosterona, pois ele decompõe o tecido muscular. Normalmente o Cortisol é liberado em situações de grande estresse físico e mental e alta temperatura, sendo caracterizado como principal hormônio catabólico. Apesar disso, o Cortisol controla a reação inflamatória do organismo e a quantidade de glicose no sangue durante os períodos de estresse.

Sendo assim, a relação entre estes hormônios pode ser um "termômetro' a respeito da predição de volume e intensidade de exercícios físicos. Num primeiro momento, utilizar-se de modelos matemáticos na organização dos treinos e períodos de treinamento, pode ser um boa opção na determinação do equilíbrio ótimo de sobrecarga e recuperação durantes os mesociclos.

Isto é apenas a ponta de um iceberg, pois há muitas áreas do treinamento esportivo que necessitam de pesquisas mais profundas sobre como quantificar o treinamento. Em minha metodologia de treino procuro quantificar as sessões de treinamento de diferentes durações e intensidades, nas quais sessões de curta duração e alta intensidade relacionam-se com sessões de longa duração e baixa intensidade.

Até a próxima!

sábado, 21 de março de 2009

PLANIFICAÇÃO... ALGUMAS REFLEXÕES!

Saudações prezados,

Pensar na planificação automaticamente nos faz pensar em efeitos da sobrecarga e regeneração do organismo. Sabe-se que o exercício promove uma alteração na homeostase do corpo dependendo do estímulo ao qual este sofre. Sendo assim, o exercício resultará num certo nível de fadiga, favorecendo a perda de capacidade de desempenho do atleta.

Após o período de sobrecarga o corpo humano procura restabelecer a homeostase, incluindo o estoque de energia endógena e a síntese da nova proteína. Esta recuperação será plena dependendo do grau de sobrecarga inicial e do deslocamento da homeostase, porém também será influenciado por qualquer carga a mais imposta durante o mesmo período.

Este processo pode superar o nível inicial da capacidade funcional, pois se o mesmo estresse ou carga fosse imposto novamente, a homeostase seria deslocada para um grau menor. Este processo é denominado de supercompensação, sendo que na prática isso significa uma melhoria no desempenho do atleta.

A periodização do treinamento está fundamentada na suposição de que a sobrecarga cumulativa produz um estímulo mais poderoso para uma subsequente supercompensação durante a fase de regeneração prolongada.

Rowbottom (2003) afirma que parecem ser três as suposições que vêm da análise científica racional da periodização. Primeiro, um aumento na carga de treinamento produziria um aumento na adaptação ou no rendimento mesmo em atletas bem-treinados. Segundo, haveria um ponto no qual essa carga aumentada não poderia ser tolerada por muito tempo ou no qual a adaptação cessaria de ocorrer. Terceiro, um período executado de recuperação ou descanso deveria resultar em um aumento na adaptação e consequentemente em um desempenho melhorado.

Em diversos estudos tem-se observado melhoria de desempenho depois dos aumentos a curto prazo na carga de treinamento de atletas já bem-treinados. Geralmente isso é alcançado pela introdução de intervalo de treinamento de alta intensidade dentro do programa de treinamento aeróbio. Este treinamento de intensidade varia de 4 a 6 semanas e seus resultados são significativos, atingindo uma margem de até 2,5% de aumento na performance do atleta. Uma estrutura de treino no mesociclo tem o potencial de produzir melhorias significativas no desempenho, para isto o treinador deverá avaliar a necessidade do atleta e qual o estímulo deverá sugerir.

Uma observação é importante citar. Aumentos constantes resultam em queda do desempenho, portanto é importante não manter o treinamento por períodos indefinidos. O atleta tende a atingir um platô de desenvolvimento e isso tem de ser respeitado.

Outro fator importante está na prática do Tapering ou treinamento reduzido. Diversos estudos confirmam o amplo benefício desta prática em vários tipos de esportes. Na prática o volume de treinamento precisa ser substancialmente reduzido para se ter algum efeito observável, enquanto a intensidade precisa ser mantida para trazer melhorias no desempenho.

Essa prática é realizada por diversos treinadores na conclusão de um período de treinamento antes das competições principais. Em essência, o plano de periodização proposto de forma sistemática e rotineira prevê períodos de treinamento reduzido por todo o programa na conclusão de cada mesociclo.

O tema sobre planificação é extenso e segue diversas linhas de raciocínio. O que estou expondo a vocês é a metodologia que eu utilizo nos meus treinamentos, e nos treinamentos de meus clientes e atletas. Ainda existem mais algumas observações que deixarei para a próxima postagem, sendo assim aguardo comentários e críticas sobre esta proposta.

Na próxima postagem o tema será sobre como otimizar a sobrecarga do treinamento, quantificação, e indicadores de sobrecarga e recuperação. Abraço a todos e boa semana!

segunda-feira, 9 de março de 2009

CONTINUAÇÃO... PERIODIZAÇÃO E PLANIFICAÇÃO

Saudações pessoas,

Desculpem-me pela demora a postar novas informações, mas tive alguns contratempos que impediram a concretização desta na semana passada. Agora com tudo normalizado vamos ao que interessa.

Durante o intervalo entre esta postagem e a anterior procurei aprofundar um pouco mais na questão da periodização, e resolvi finalizar sobre esta temática trazendo uma discussão dos prós e contras da periodização sugerida por Matveev durante os anos 60, sendo que a mesma é utilizada nos dias atuais.

Já foi dito o quanto a planificação dos treinos pode ser útil a fim de se atingir determinados objetivos com êxito, ou seja, a sistematização do treinamento serve para maximilizar os potenciais físicos e psicológicos do atleta. Mas como estruturar o treino é o grande "X" do problema.

A estrutura sugerida por Matveev (1981) baseia-se em blocos construtores, tendo o treinamento semanal denominado como microciclo, formando outros blocos construtores de unidades discretas denominadas mesociclos - que duram apenas algumas semanas, e por fim, um número de repetidos mesociclos forma o denominado macrociclo. O problema dessas estruturações fica por conta de ignorar os conhecimentos fisiológicos e biológicos individuais dos seres humanos. Isto porque nem todo atleta corresponde a determinado tipo de treino, cada qual possui sua especificidade, o que leva alguns treinadores a cometer erros durante a estruturação de treinos.

Ainda pensando no modelo estruturado por Matveev, Verkhoshansky (1998) faz duras críticas sobre a formulação desta periodização, que teve como base um estudo relativamente breve na preparação de atletas durante os anos 50, sobre apenas três modalidades esportivas (natação, levantamento de peso e atletismo) sendo impossível considerar esta metodologia como universal. Além disso, pela metodologia do professor Matveev, não é possível prever soluções metódicas eficazes para os problemas da preparação especializada para competições e para a preparação física específica de atletas nas diversas disciplinas esportivas.

Isto pode ser mais bem explicado, quando no período preparatório fica restrita somente a construção das bases do atleta e a verificação de sua forma esportiva, enquanto no período de competição são destinadas as mesmas preparações (estabilização, manutenção) compostas por mesociclos de competição e transição, sendo que o nível de treinamento é somente mantido e não desenvolvido. Atualmente o nível de treinamento do atleta é mantido e desenvolvido no período competitivo, ou seja, a buscas por melhores resultados acontece em treino e na competição.

Somente para ter uma idéia da complexidade que é organizar um treinamento de resistência para esportes cíclicos, no período preparatório é aconselhado realizar uma cadeia de mesociclos (adaptação, base com caráter de desenvolvimento, base com caráter de estabilização, base com caráter de choque, preparatório com caráter de controle, polimento e pré-competição) que dentro das suposições de Matveev não cabem dentro de sua forma. Sendo que sua metodologia de preparação esportiva não prediz qual a melhor forma para se realizar tais treinamentos.

Não se pode focar somente em volume e intensidade durante o processo de treinamento esportivo. Existem diversas variáveis que devem ser treinadas durante o processo de desenvolvimento do atleta. Então, estruturar o treinamento garante não somente resultados, mas garante a longevidade esportiva.

Independente das críticas de Verkhoshansky (e que não somente ele, mas Weineck, Gambetta, Bompa, Tschiene, Bondarchuk com Tschiene, Marquez, entre outros), a metodologia do professor Matveev continua em prática. A idéia foi justamente de trazer essa discussão para aqueles que acompanham este blog e possuem opiniões formadas sobre o treinamento esportivo. Pensar sobre a metodologia que utilizamos em nossos treinamentos é algo que devemos fazer constantemente. Se quisermos evolução devemos considerar todos estes parênteses.

A minha proposta de treinamento segue os moldes do professor Matveev (microciclos, mesociclos e macrociclos) para atletas iniciantes, ou seja, tendo em sua estrutura os períodos de preparação – aquisição da forma esportiva, período competitivo – manutenção da forma esportiva, e período transitório – perda temporal da forma esportiva.



A figura acima representa a dinâmica entre volume e intensidade de um ciclo anual de treino proposto pelo professor Matveev.

A relação proposta por Matveev está entre a fase temporal da forma esportiva juntamente com a estruturação dos períodos de treinamento, sendo que, o fundamento está na transferência positiva dos grandes volumes gerais de cargas de trabalho durante o início do treinamento para uma maior especificidade na continuidade do mesmo.

Considerando que a maioria dos atletas amadores não depende única e exclusivamente do esporte para sobreviver (muitos possuem atividades laborais como o estudo, trabalho, entre outros) os microciclos de treinamento são estabelecidos nos moldes semanais, ou seja, durante os 7 dias da semana. Isto acaba facilitando a organização entre a vida cotidiana e a vida esportiva do atleta.

Considerar a especificidade do treino e o nível de preparação do atleta é outro fator importante durante a estruturação dos treinos. A adaptação multilateral do atleta é influenciada diretamente por estímulos unilaterais, que vão provocar uma adaptação concentrada no sentido de preparação geral do atleta.

É nessa hora que o atleta deverá se concentrar em diversos tipos de estímulos para desenvolver suas capacidades técnicas, físicas e específicas (velocidade, força, recuperação, resistência, fatores psicológicos).

O que o atleta deve compreender é que durante a construção das capacidades físicas, as mesmas são divididas em fases de destruição, regeneração e supercompensação. Durante a regeneração o organismo procura se adaptar ao estímulo que recebeu, portanto a fase de regeneração serve para aumentar o nível de treinamento do atleta. Daí dada à importância para o descanso do atleta. Não adianta pegar pesado sempre!

Outro fator fundamental para que esta estruturação possa ter êxito está implicitamente ligada ao período de recuperação. Se a recuperação for equilibrada com o volume de treino realizado haverá um ótimo aproveitamento do estímulo. Se a recuperação for grande demasiada, não ocorrerão as adaptações necessárias no organismo. E por fim, se a recuperação for curta demais, o atleta poderá entrar em overtraining – sobrecarrega o organismo apresentando resultados indesejáveis.

Com relação aos mesociclos, a construção destes não possui bases sólidas na ciência do treinamento – daí as críticas severas a metodologia de estruturação proposta por Matveev – e dependem da experiência técnica para a sua estruturação. Novamente é possível montar ciclos, desta vez mensal, para poder aperfeiçoar os efeitos acumulativos do treinamento.

Tudo isso dependerá também do nível de atividade do atleta, da quantidade e qualidade das cargas de trabalho utilizadas, e da cadência biológica na adaptação destas. A constituição de mesociclos mensais é uma boa oportunidade para aqueles que necessitam deste tipo de organização, como é o caso das mulheres – ciclo menstrual.

As características do mesociclo são semelhantes as do microciclo – devem ser construídas por blocos, mas que tem por finalidade evitar a monotonia, garantir elevados ritmos de desenvolvimento, e obter maior controle sobre as influencias das cargas de treinamento no organismo do atleta.

A tendência atual é estruturar planos de treinamento em torno de um ciclo de treinamento anual. O desempenho e as metas de desenvolvimento podem ser estabelecidos em uma base anual, e os campeonatos será o foco no ano de treinamento.

Na próxima semana continuarei com o tema de planificação, comentando um pouco mais sobre sua especificidade. Também tentarei trazer algo sobre a planificação no Triathlon para amadores. Desejo a todos uma boa semana.

Bons treinos!

REFERÊNCIAS CONSULTADAS

BOMPA, T. Periodização: Teoria e Metodologia do Treinamento.
FARTO, E. R. Estrutura e planificação do treinamento esportivo. http://www.efdeportes.com/
GARRETT JR., W. E. A ciência do exercício e dos esportes.
VERKOSHANSKI, Y. V. Para uma teoria e metodologia científica do treinamento esportivo. A crise da concepção da periodização do treinamento
no esporte de alto nível. http://www.efdeportes.com/
WEINECK, J. Treinamento Ideal.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

PERIODIZAÇÃO... CONTINUAÇÃO

Prezados,

Continuando o assunto sobre periodização, este é um tema que sempre traz novas discussões a respeito de metodologias empregadas no treinamento esportivo. A ciência ainda discute qual o melhor método de treinamento esportivo, porém os cientistas do esporte entram num consenso quando cita-se a importância da estruturação do treino para o êxito dentro da prática esportiva.

Do que tenho conhecimento, os sistemas de treinamento atuais foram baseados em estudos da escola russa, começando pelos estudos de Kotov (1917) que basicamente eram divididos em:

- Etapa Geral - desenvolvimento do sistema cardiovascular e respiratório;
- Etapa Preparatória - desenvolvimento da força e resistência muscular; e
- Etapa Específica - preparação para uma modalidade e/ou prova específica.

Sendo assim, muito outros estudiosos do treinamento surgiram com suas concepções. Dentre esses cito o professor Matveev (1965) que apresenta a proposta da concepção da periodização do treinamento. Esta concepção consiste numa estruturação linear e que tem como base os chamados Microciclos, ou seja, o treinamento é composto por microciclos padronizados. Logo em seguida, a construção destes microciclos faz surgir o Mesociclo, que também possui formação linear e padronizada tendo especificidades como características (por exemplo, período de base, preparatório, polimento, recuperação, entre outros). Sendo assim, para completar esta cadeia denomina-se o Macrociclo, que pode ser anual ou pluri-anual.

Estas informações são de conhecimento geral de atletas, tanto de iniciantes, como de avançados. O problema é que este tipo de treinamento não possui bases científicas sólidas, e portanto é questionado no meio acadêmico. Mesmo tendo sua teoria questionada, este tipo de estruturação de treinamento pode ser utilizado em atletas iniciantes, mas que não surti efeitos positivos em atletas de alto-rendimento.

O que eu quero deixar claro para os que acompanham este blog é que a periodização é parte importante durante o processo de planificação de treinos. Sem este tipo de estruturação não é possível avaliar se o atleta apresenta desenvolvimento esportivo ou não. Além disso, deve-se considerar todas as características possíveis do atleta, ou seja, cada atleta possui sua periodização e planificação. Empirismo e improviso não são admitidos nesta fase.

Em breve eu aprofundarei nesta questão, pois é a partir daqui que surgem as concepções de treinamento e o modo como se pode treinar. Caso queiram comentar e acrescentar outras informações sintam-se a vontade.

Abraço a todos e até breve.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

PERIODIZAÇÃO

Saudações Caríssimos!

Primeiramente quero agradecer a todos pelas contribuições e postagens neste blog. Fico lisonjeado pela confiança e reconheço o tamanho da minha responsabilidade para com todos os atletas que necessitam de orientação em seus treinamentos. Sendo assim, mais uma vez agradeço a vocês!

Sobre a minha última postagem verifiquei que muitos atletas ficaram com dúvidas a respeito da organização dos seus treinamentos. O importante é que todos já tem traçados determinados objetivos para o ano de 2009, e isto facilita o trabalho de planejamento de treinos.

Também é importante ressaltar que, todas estas informações aqui postadas são generalistas e tem como propósito auxiliar atletas que não possuem qualquer assistência técnica para a prática de seus treinos. Casos específicos necessitam de orientações específicas. Mas isso não descarta a possibilidade de vocês utilizarem estas informações na construção de seus treinos.

Então vamos ao que nos interessa, treinamento!!!

Pensar em periodização de treino é pensar também em princípios de treinamento. E quando se fala em princípios de treinamento temos em mente que são as primeiras coisas que devem ser levadas em consideração para a objetivação eficaz de um programa de treino. Para isto, eu tenho utilizado um autor bastante interessante, que retrata de modo simplificado, a importância da consideração destes princípios.

Maglischo (1999) cita que, para que um programa de treinamento possa ser bem sucedido deve-se levar em consideração os seguintes princípios:

1- Adaptação;
2- Sobrecarga;
3- Progressão;
4- Especificidade.

Todos estes princípios devem ser levados em consideração em quaisquer tipo de treinamentos para esporte de rendimento. Mas o que isto quer dizer?

Quer dizer que, para que o atleta consiga participar de uma prova dentro de sua capacidade máxima, este atleta deve seguir cada etapa dos princípios de treinamento para ter um êxito positivo em suas provas.

Mas o que são estes princípios?

Simplificadamente são os processos pelos quais o atleta em treinamento deve obedecer para alcançar as metas traçadas.

E como treinar sob estes princípios?

Alguns autores citam que a individualidade biológica faz parte dos princípios de treinamento. De fato deve-se considerar as características genéticas dos atletas para cada determinada preparação. Isto é fundamental para quem está iniciando em qualquer esporte. Mas o princípio da adaptação pode se encarregar em parte na construção de um atleta para determinado tipo de prova.

Ao se iniciar uma prática esportiva, ou então, quando se aumenta a demanda do treino, acontece o princípio da adaptação, que como o próprio nome já diz, é o processo de adaptação do organismo a determinada carga de estresse (seja ele fisiológico, metabólico, psicológico, entre outros). Durante este processo de adaptação deve ocorrer:

- a criação da necessidade de mais energia com o treinamento;
- o fornecimento adequado de nutrientes para a construção dos tecidos; e
- o descanso adequado para a construção e reparo dos mesmos tecidos.

O próximo passo fica por conta da sobrecarga. No princípio da sobrecarga o atleta deve ser estimulado de modo a superar suas capacidades já adquiridas com o treinamento anterior. Ou seja, os estímulos devem ser superiores aos que já são impostos usualmente. Este princípio tem uma fácil determinação, porém sua aplicação é complexa e pode comprometer todo um trabalho de base, tendo como resultado as conhecidas lesões e o supertreinamento (overtraining).

A sobrecarga continuará a ter validade até o momento do atleta atingir um nível de adaptação a mesma. A partir de então entra o princípio da progressão, que pode interferir tanto na intensidade, como no volume de treino, antes que possa causar uma nova adaptação. A progressão pode ser trabalhada nos aspectos de velocidade de repetições e tiros de treino, ou então na quantidade destas repetições. Pode-se trabalhar este princípio também sobre o intervalo de repouso entre as repetições.

Dentro da progressão podemos citar a continuidade/reversibilidade - simplificadamente são os altos e baixos do treinamento e que possuem extrema importância durante o processo de sobrecarga e progressão. E também a interdependência de volume x intensidade, que possuem valores inversamente proporcionais e vice-e-versa.

Por fim, chegamos ao princípio da especificidade. Este é em minha opinião o mais complexo dos princípios a ser trabalhado durante o processo de preparação de atletas. Digo isto pois, devido a complexidade do ser humano, não é possível estabelecer um único parâmetro para a preparação de uma atleta. No treinamento a especificidade deve incluir três importantes aspectos:

- sistemas de energia;
- fibras musculares;
- velocidades de competição.

Encontrar o equilíbrio entre estas valências é o "X" da questão. Para isto, a relação intrínseca entre treinador e atleta se faz necessária.

Portanto, ao se respeitar estes princípios de treinamento, o atleta conseguirá ter uma melhor perspectiva sobre seus possíveis resultados dentro de uma competição e até sobre um novo tipo de treino. A relação entre técnico e atleta deve ser estreita, pois através do planejamento de um, observa-se o resultado de outro, para assim surgir novas perspectivas.

Acredito que estas novas informações rechearão a cabeças de vocês com dúvidas e esclarecimentos. Vou aguardar as contribuições de vocês, e daqui há 15 dias estarei aqui postando assuntos relacionados ao tema.

Um grande abraço e até mais!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

PLANILHA DE TREINAMENTO

Prezados,

A partir de hoje, a cada 15 dias aproximadamente, estarei disponibilizando neste blog algumas informações a respeito de treinamento para provas de triatlo, natação, ciclismo e corrida. Eventualmente poderão ser postadas outras informações referentes a competições e outros comunicados, mas a periodicidade será quinzenal.

A participação de vocês será importante, pois através de comentários poderemos construir informações mais sólidas para todos aqueles que tem o interesse em participar de provas de endurance.

Bom, então vamos ao assunto de nosso interesse que é o treinamento esportivo. Atualmente é possível constatar em diversos meios de comunicação a ascensão das provas de corridas de rua, travessias e até mesmo do triatlo - que em minha opinião é pouco divulgado. Mas e o porque disto? Existe algum benefício para os praticantes?

Não entrarei num debate filosófico, político e econômico ligado aos aspectos do esporte. Focalizarei mais a parte da saúde e preparação para a participação em provas deste tipo, o que não caracteriza que debates referentes a estes outros aspectos não possam ser realizados neste blog. Aqui o espaço é livre e toda a contribuição é bem vinda.

Mas voltando aos questionamentos. Sabe-se que as atividades físicas com predominância da utilização do sistema aeróbico contribuem de forma positiva para a saúde do praticante. Resumidamente, ao se praticar atividades aeróbicas, devido a predominância oxidativa do sistema energético utilizado ocorre uma maior queima de gorduras, além de favorecer na irrigação sanguínea da musculatura utilizada. Também posso citar o melhor funcionamento do sistema endócrino, além de outros benefícios sociais e culturais que a pratica esportiva sistematizada pode oferecer.

De forma simples é realmente isto que acontece no organismo do praticante, ou seja, ele perde massa gorda, ganha massa magra, melhora a atividade cardiorespiratória, consequentemente melhora sua saúde. Parece um remédio milagroso, mas alguns cuidados são necessários para que esta prática torne-se algo prazeiroso e não acarrete problema futuros.

A primeiro coisa que o futuro praticante precisa fazer são os exames clínicos necessários. A idéia é saber como seu organismo está se comportando atualmente, e identificar possíveis alterações que possam causar transtornos futuros. Após este check-up inicial, o próximo passo é buscar orientação especializada, de preferência de profissionais da Educação Física que recebem em sua formação suporte técnico necessário para planejar suas atividades com responsabilidade.

A partir deste encontro com o seu técnico é que entra o planejamento das atividades. A identificação dos objetivos é que vai definir a sua planilha de treinos. Por exemplo, se o seu objetivo for participar de uma prova de short triathlon, o profissional de Educação Física montará um treino dentro de suas possibilidades. Para isto, tempo, disposição e disciplina são fundamentais para o sucesso do programa.

Abaixo segue uma tabela de exemplo de organização de treinos durante um mesociclo (clique na tabela para melhor visualização):



Através desta planilha fica fácil para o praticante se organizar perante suas tarefas. A questão fica por conta de como o mesmo fará para encaixar estas atividades no seu dia-a-dia.

Por enquanto, apenas com essas informações o atleta iniciante pode se organizar perante seus treinos. Na próxima postagem explicarei melhor como funciona cada um destes treinos e a importância da periodização.

Vou deixar um vídeo para que aqueles que ainda não conhecem o triatlhon possam ter uma idéia do que representa um treinamento sistematizado para se atingir determinado objetivo. Abraço a todos e bons treinos!